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À TANIA, QUE AMA.

20/12/2008 18:05


À TÂNIA, QUE AMA.



Eu tenho uma tia chamada Tânia
Como ama a Tânia que fia.

Fia, com seu tear, uma fila de pessoas com seu amar...
Com seu amarelo vestido de trilha, corre de sua casa e de sua família.

Coisa boa essa, correr... foi ela quem me ensinou, da sanidade, da idade e da santidade.
Escorrego mas não corro... escorro com todo o meu corpo, mas não corro... por um córrego de emoções.
Escarro, escrevo e esqueço, mas não corro, socorro, pois não corro.

Morro acima, morro abaixo,
Morro, mas não corro.

Já que não ando, me calcifico, fico e finco raízes, meus dentes trincam e mostram cicatrizes.
A lingua, antes mordaz, exibe a míngua um dono incapaz. Brinca, mas não faz.

Nessa hora incerta de corpo torpe e pedra, Tânia, em seu assento, me traz o acerto, o acento e o acalento
Ela me desafia com seu fiar, me desfia com maestria até eu acabar...

Desfia com sua linha tudo que eu achava que tinha, meus músculos, meus ócios e meus tóxicos,
Vão se embora fadas, balas, festas, frestas, importâncias, reentrâncias, o nexo e até mesmo o sexo.

O tear de tânia me desnuda, sempre me desnudou...
Me inunda, sempre me impressionou.
Aí começa o processo alquímico
Com delicadeza, quase sem aspereza, me invade e me põe, besta, à mesa.
Então começa a operação de desilusão
Com seu discurso vermelho (seus discursos têm cores)
Me disseca e me localiza as dores
Então, ela insistente, chama seus assistentes, a primeira, Frida Khalo,
Envolta em tramas e paixões
Eu, sem roupas, dramas e lamentações.

Seu segundo assistente são seus anos de vida,
Que somam algumas guerras nucleares, quedas de impérios e paixões sentidas
Eu, deslumbre de maravilhas.

A essa altura, já estou nas alturas de suas palavras,
Abalado e embalado pelas emboladas histórias remotas de retórica rancosa que carrega sua prosa,
Tânia é uma porta.

Que tira imagens mortas de dentro da minha aorta.


Ela retira, com a agulha em riste, a minha inconstância e minha leitura de Nietzsche
Ela retira, ao mesmo tempo em que me acode, minhas palavras duras e minha influência de Freud
Ela retira, com olhar de cinismo, meu idealismo, e minha pretensão de marxismo
Ela retira, a custa de altos gemidos, meus apegos mais ardidos.

Terminada a operação, ela me receita como repouso, riscos e emoções fortes
Nada melhor que isso para curar alguns cortes, me dá um beijo e me deseja boa sorte.

Agora, acho que estou indo. agora, acho que estou fluindo,
Agora, penso que estou vendo. agora, sinto que estou recebendo
Sinto que estou enviando, nessa hora percebo que estou amando.

De joelhos, vencendo e vencido,
Caio sobre a Tânia que ama, Frida Khalo, os anos de experiência,
A santidade, a farme, as paixões sentidas e os amores meus.

De joelhos, numa terra esquecida,
Choro sozinho e me encontro com Deus.

 

Topic: À TANIA, QUE AMA.

Date: 22/12/2008

By: Miss Karamellu

Subject: A sininhoo

Errr...
meninoo..
T.T

sem comentáriios..
se superoo. FATO!

=)